Caminhoneiro que cuida da Saúde
Os motoristas de caminhão enfrentam uma das profissões mais desgastantes em termos de saúde física e mental. As condições de trabalho, muitas vezes marcadas pela pressão para cumprir prazos de entrega, aliadas a hábitos alimentares e físicos inadequados, têm um impacto direto na segurança dos condutores nas estradas.
O estilo de vida dos caminhoneiros acarreta sérios problemas de saúde, incluindo o sedentarismo, alimentação inadequada, sobrepeso, hipertensão e, especialmente para os fumantes, um maior risco de problemas cardíacos. Devido aos prazos de entrega apertados, muitos recorrem a substâncias para se manterem acordados, como cocaína e anfetaminas, conhecidas como “rebites”, que podem levar à dependência física e a outras complicações para o organismo.
Inicialmente, as anfetaminas atuam no sistema nervoso central, diminuindo a sensação de fadiga e sono. No entanto, esses efeitos considerados “positivos” pelos usuários podem causar taquicardia e alterações cardiovasculares. Os efeitos mais graves ocorrem quando os efeitos da droga desaparecem, resultando em uma depressão profunda e uma forte vontade de dormir. O sono repentino pode ser precedido por alucinações quando as anfetaminas são usadas por longos períodos.
Para prevenir acidentes causados pela exaustão e pelo uso de drogas ilícitas, foi promulgada a Lei 13.103/2015, conhecida como Lei dos Caminhoneiros. Esta lei requer exames toxicológicos válidos por 60 dias e estabelece uma jornada de trabalho de até 12 horas para motoristas profissionais, com duas horas extras permitidas e outras duas sujeitas a acordo coletivo. O período de descanso entre jornadas, de 11 horas, pode ser dividido, mas todas as horas devem ser tomadas no mesmo dia, com pelo menos oito horas consecutivas.
O tempo máximo de direção foi estendido para cinco horas e meia. A penalidade para motoristas que não cumprem os períodos de descanso foi alterada de grave para média. O veículo pode ser retido até que o tempo de descanso seja cumprido. Em caso de reincidência no último ano, a infração se torna grave.
O poder público também é responsável por fornecer uma lista de locais de descanso e deve tomar medidas para aumentar a disponibilidade desses pontos dentro de cinco anos. De acordo com o regulamento publicado no Diário Oficial da União, o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) será responsável por regulamentar os modelos de sinalização e identificação desses locais para os motoristas profissionais.